quarta-feira, 4 de maio de 2011

MG – Urgente: Quilombolas de Brejo dos Crioulos sob ameaça de jagunços e pistoleiros

Por racismoambiental, 04/05/2011 15:29
 
Sandra Maria da Silva, Presidente da Federação das Comunidades Quilombolas de Minas Gerais, N’Golo, está fazendo um apelo urgente em favor da comunidade de Brejos dos Crioulos, que vem sendo vitimada pelo arbítrio de membros do poder judiciário (ver denúncia de Élcio Pacheco publicada neste Blog aqui), fazendeiros, jagunços e policiais.
A Defensoria Pública e o Ministério Púiblico – federais e estaduais – precisam intervir urgente, antes que, como escreve Sandra, um genocídio aconteça no norte de Minas.
Abaixo, o depoimento enviado por Paulo R. Faccion, da Comissão Pastoral da Terra (CPT). TP.


“Estive ontem em Brejo dos Crioulos reunido com os quilombolas e ouvi muitos relatos da ação de jagunços armados conforme nossa denúncia na nota deste domingo. Retornei ontem para Montes Claros e acabo de receber telefonema do presidente da Associação de Brejo dos Crioulos, João Pêra, que foi ontem de moto por volta das 17 horas parado por Fabinho, Roberto e Lucídio, pistoleiros da Fazenda de Raul Ardito Lerário, e por Barbudo, pistoleiro da Fazenda de Miguel Véo Filho, todos a cavalo, fortemente armados com carabinas e espingardas 12, e foi ameaçado por eles. Mais tarde ele foi novamente parado pelo pistoleiro Lixandão mais outros sete desconhecido que estavam de carro e também fortemente armados e também foi por eles ameaçados.
Já sabemos que a PMMG não tomará providências e se tomar não encontrará ninguém armado lá, pois todos já estarão sabendo. Neste domingo já denunciamos essas pessoas passando lá armados com a polícia. Brejo dos Crioulos já teve confrontos entre pistoleiros ferindo gravemente quilombolas. Brejo dos Crioulos já teve ação da Polícia federal surpreendendo pistoleiros com armamentos lá.Só a PMMG não consegue ver isso. Chamamos as autoridades competentes, pois enxergamos uma ação de pistoleiros de outras fazenda se organizando e formando milícias armadas para intimidar e ameaçar as lideranças quilombolas.  Lideranças quilombolas que denunciaram ação de desmate de aroeiras na região à polícia do meio ambiente, em vez de ver apuração foi ameaçado pela polícia. O governo estadual e federtal têm denúncias mais do que suficiente sobre Brejo, atual e antigas, mas será que precisará haver chacinas para de fato tomar algumas medidas. MDA e Casa Civil a lerdeza no encaminhamento do processo contribui e muito para esse acirramento. Mas até então parece que a vida dessas pessoas não tem muita importância e por isso essa luta de sofrimento já dura de 12 anos”.

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