quinta-feira, 30 de junho de 2011

PCJ assina termo de despoluição do Ribeirão Quilombo

Por racismoambiental, 30/06/2011 15:20
Além do Quilombo, o Rio Piracicaba deverá atingir o nível dois de poluição no período
O PCJ (Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jaguari) definiu ontem que o Ribeirão Quilombo – que corta os municípios de Americana, Sumaré e Nova Odessa – deverá passar do nível quatro de poluição para o três em um prazo de 24 anos. A assinatura do compromisso aconteceu durante reunião do comitê realizada em Piracicaba, ocasião em que o PCJ assinou o compromisso em cumprir as metas de atuação até 2035. Além do Quilombo, o Rio Piracicaba deverá atingir o nível dois de poluição no período. As metas fazem parte da readequação hidrográfica discutida pelo comitê há meses.
Segundo o secretário de meio ambiente de Americana, Jonas Santarosa, que participou da reunião, hoje o Quilombo está acima do nível quatro, ou seja, com alto grau de poluição. “A meta é importante já que houve uma melhora na qualidade da água dos rios. Contudo, o Quilombo ainda sofre muito com o despejo desenfreado de agentes poluidores. Todo o orçamento do PCJ será usado neste plano de readequação, o qual tem o objetivo de melhorar não apenas os rios, mas também as nascentes da região”, explicou Santarosa. 
O secretário informou que apresentou um ofício, assinado por ele e pelo prefeito de Americana, Diego De Nadai (PSDB), requisitando que até 2035 o Quilombo atinja o nível dois de poluição, entretanto, o ofício foi negado pela câmara do PCJ. “Queríamos nos comprometer a atingir essa meta ainda maior, mas a Câmara entendeu que seria muito difícil as empresas cumprirem readequações drásticas neste período. No entender deles, existiria a necessidade de investimento pesado por parte dos empresários”, afirmou o secretário.
Santarosa disse ainda que as metas são um compromisso firmado entre o PCJ e os municípios. “Quem define a distribuição da arrecadação anual é o próprio comitê. Agora, cabe aos prefeitos executarem o que ficou definido durante as reuniões do comitê”, relatou. O secretário informou que representou o prefeito no evento. Diego é vice-presidente do comitê.

http://www.oliberalnet.com.br/noticia/D7412FF6980pcj_assina_termo_de_despoluicao_do_ribeirao_quilombo

Comunidade quilombola no Piauí será regularizada

Por racismoambiental, 30/06/2011 15:07
 
 
Nesta quinta-feira (30), foi publicado no Diário Oficial da União o extrato do Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) da comunidade quilombola Riacho dos Negros, localizada entre os municípios de São João do Piauí, Pedro Laurentino e Nova Santa Rita, no estado do Piauí.
O relatório foi elaborado pelo Incra em parceria com o Instituto de Terras do Piauí (Interpi), com acompanhamento da Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Estado do Piauí (Cecoq).
Com a conclusão do RTID, será feita uma notificação aos ocupantes do território e dado um prazo de 90 dias para posterior contestação. O próximo passo é a publicação, pelo presidente do Incra, Celso Lacerda, da portaria reconhecendo o território como comunidade quilombola e a publicação do decreto presidencial oficializando todo o procedimento de reconhecimento. Após, haverá a retirada (desintrusão) dos ocupantes não quilombolas do território e a titulação da terra.
A ação beneficiará 385 famílias remanescentes de quilombos que hoje vivem no território Riacho dos Negros, com 42 mil hectares. A comunidade já recebeu a certificação pela Fundação Cultural Palmares.
Regularização fundiária
O programa de regularização fundiária de territórios quilombolas visa assegurar o direito à terra através de sua certificação e é um ponto de partida para o desenvolvimento das comunidades.
A ação inicia com o levantamento fundiário dos territórios, a conclusão do laudo antropológico e o cadastro das famílias. Este levantamento inclui o georreferenciamento parcial, pesquisas cartoriais e bibliográficas acerca da história, pesquisa e produção de mapa parcial, reunião com a comunidade para definição de planos de ação e consolidação do território reivindicado, entre outras ações. A elaboração do RTID vem logo em seguida.
Com a regularização da comunidade, os moradores poderão ter a posse da terra, além do acesso facilitado a políticas públicas disponibilizadas pela Agenda Social Quilombola, que faz parte do Programa Brasil Quilombola, desenvolvido pela Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), do Governo Federal.



http://www.incra.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=16294:comunidade-quilombola-no-piaui-sera-regularizada&catid=1:ultimas&Itemid=278

SEPPIR convoca cinco estados para segunda fase do projeto “A Cor da Cultura”

Por racismoambiental, 30/06/2011 08:54
 
Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba e Distrito Federal estiveram representados em reunião na terça feira (28), realizada pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), com o objetivo de agilizar a segunda fase do Projeto A Cor da Cultura.
A ideia é subsidiar o setor educacional desses estados na implementação da Lei 10.639/2003, que prevê o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira nas escolas, a partir da formação e da oferta de ferramentas áudio-visuais para essa finalidade.
Segundo a secretária de Políticas de Ações Afirmativas da SEPPIR, Anhamona de Brito, os pólos foram escolhidos em função dos altos índices de vitimização da população negra que apresentam, em particular os verificados no Mapa da Violência 2011, pesquisa realizada pelo Instituto Sangari por solicitação do Ministério da Justiça. “Entende-se que a intervenção no campo educacional e os esforços para a plena implementação das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, possam contribuir para a reversão do quadro de violência nesses estados”, declarou a gestora.
A Cor da Cultura
O Projeto contempla diferentes produtos áudio-visuais para atender prioritariamente o eixo educacional, com conteúdos que se traçam pelas artes afro-brasileiras, religiões de matriz africana, gastronomia étnico-racial e organizações sociais, valorizando o acervo patrimonial, material e imaterial das influências africanas nas rotinas brasileiras. Os programas são voltados à capacitação de professores, sensibilização de estudantes e ao envolvimento das escolas na difusão das relações históricas entre o Brasil e a África, por meio das séries: Heróis de Todo Mundo; Mojubá, Nota 10; publicações de Livros Animados; Cadernos Especiais; Criação de Ambiente Virtual, Planos de Ações Articuladas e Assessoria de Imprensa.
Para essa nova etapa, serão oferecidos às secretarias que aderirem ao Projeto: formação de 04 dias, sendo o último dia para planejar o processo posterior de multiplicação de 35 a 40 profissionais da educação, em cada pólo, para atuarem como multiplicadores nas respectivas redes de educação; acompanhamento do processo de multiplicação para a rede de educação; 300 kits para escolas, sendo um para cada uma delas.
A metodologia adotada em cada pólo depende de pactuação com o grupo gestor local, devendo ser adaptada às condições e necessidades específicas. A formalização da parceria é feita com a assinatura de um termo de adesão firmado entre a Secretaria de Educação e a Fundação Roberto Marinho.
Além dos gestores das secretarias de Políticas de Ações Afirmativas e de Políticas para Comunidades Tradicionais da SEPPIR, da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI), do MEC, e da Fundação Roberto Marinho/Canal Futura, que são parceiros na iniciativa, participaram do encontro representantes das secretarias de Educação, dos Fóruns de Educação e Diversidade, e do Fórum Intergovernamental de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (FIPIR) dos cinco estados.


Enviado por SEPPIR.

Escritora fala sobre racismo e ausência de personagens negros

Por racismoambiental, 30/06/2011 08:50


Um grande escritor pode também ser racista? Uma obra de valor literário indiscutível perde a sua qualidade quando trata os negros, ou outra etnia, de forma estereotipada? Estas questões vieram à tona quando o Conselho Nacional de Educação pediu, no ano passado, que a obra “Caçadas de Pedrinho” fosse contextualizada pelos professores quando utilizadas em sala de aula.
Tudo porque o autor, Monteiro Lobato, utiliza termos racistas ao se referir a Tia Anastácia, uma das personagens centrais da coleção sobre o Sítio do Picapau Amarelo.
Para a escritora e educadora Heloisa Pires Lima, a questão é ampla, assim como a obra do escritor paulista. Os mesmos livros escritos na década de 1920 são diferentes daqueles escritos por Lobato vinte anos depois. Por isso, de acordo com ela, é um erro estigmatizá-lo como racista.
Para Heloisa, a polêmica criada em torno da decisão do CNE, que pertence ao Ministério da Educação (MEC), empobreceu a discussão. “Houve uma repercussão maldosa por parte da mídia. Não vou ficar aqui defendendo o MEC, mas nunca houve a intenção de vetar o livro. Porém, as escolas têm uma responsabilidade de não deixar este livro simplesmente ‘solto’ na biblioteca”, argumenta a professora.
Histórias da Preta
A presença de personagens negros, ou simplesmente a ausência deles na literatura infantojuvenil, é um dos assuntos que vão ser discutidos na palestra que Heloisa realiza nesta quinta-feira (30), na Oficina Cultural Candido Portinari, de Ribeirão Preto.
A palestra faz parte do projeto “Prosa de Saberes”, que homenageia este mês o Ano Internacional dos Afrodescendentes.
Doutora em antropologia pela USP, Heloisa foi também editora da Selo Negro Edições e consultora para a Educação das Relações Étnico-Raciais e Ensino de História e Cultura Afro-brasileiras e Africanas da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC.
Em 1998, publicou ‘Histórias da Preta’, pela editora Companhia das Letrinhas, que aborda os vários aspectos da história de desenvolvimento da identidade de uma menina negra. A obra vem sendo adotada por inúmeras escolas públicas e particulares. “Acredito que para ‘Caçadas de Pedrinho’ circular hoje, tem que se fazer ressalvas quanto a idade do leitor. Quando a criança recebe isso [termos racistas], vai entender como um argumento muito forte”, comenta.
Para a educadora, não se trata de uma censura, mas de uma atenção maior dos educadores.
“Lobato tem seus méritos e deméritos. Mas o mais importante é analisar como a sociedade brasileira lida com o racismo na questão editorial”, diz.
Serviço
Prosa de Saberes
Com Heloisa Pires Lima
Quinta-feira, às 19h, no Auditório da Biblioteca Padre Euclides
Rua Visconde de Inhaúma, 490, 1º andar – Centro
Entrada gratuita
Inf.: (16) 3625-6970


http://www.jornalacidade.com.br/editorias/caderno-c/2011/06/29/escritora-fala-sobre-racismo-e-ausencia-de-personagens-negros.html

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Radialista ‘mulher e negra’ é agredida no MS

Por racismoambiental, 29/06/2011 10:21
Redação Portal


A radialista e advogada, Marinalva Aparecida Pereira Barbosa, denunciou à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) a agressão sofrida no trânsito, após um acidente próximo ao bairro Vilas Boas, em Campo Grande (MS), informa o jornal eletrônico Midiamax. Marinalva afirma que a violência que sofreu é fruto de preconceito por ser mulher e negra.
“Isso foi um absurdo. Tenho certeza que isso só aconteceu porque sou mulher e ‘negona’. Essa é a verdade”, relata a radialistas para o Midiamax.
Ao sair de seu local de trabalho, na av. Zahran, Marinalva passou por uma avenida onde havia um acidente. Policiais da Companhia Independente de Policiamento de Trânsito (Ciptran) orientavam o local e pediam aos carros para abrir espaço para o caminhão dos bombeiros. Assim como outros motoristas, Marinalva subiu na calçada, em frente à empresa Alumetal, quando foi surpreendida por funcionários, que rodearam seu carro.
“Estava passando devagar, até mesmo porque tinha um acidente ali do lado. De repente, um dos funcionários bateu as mãos em cima do meu capô e outro deu um tapa na minha nuca e depois mandou eu descer. Eles gritavam que já tinham dito que ‘não era para passar por ali’, mas como eu ia saber disso? E outra, não é por isso que eles tem o direito de sair batendo nos outros”.
A radialista conta pediu “socorro” para a Ciptran, quando foi empurrada contra o veículo, por um homem identificado como “Rogério”, que disse ser um dos sócios da empresa. “Ele percebeu que a polícia estava vindo em nossa direção para saber o que estava acontecendo, quando gritou que não era nada. Antes de encostar em mim de novo, outra pessoa falou: ‘cuidado, ela é jornalista e advogada’. Os policiais foram até a empresa, mas ninguém veio abrir a porta. Até agora, nenhum responsável pelo local entrou em contato para dar satisfação.
A Ordem de Advogados do Brasil (OAB) e o Conselho de Defesa da Mulher Negra foram contatados para registrar a denúncia. Ela também pediu uma audiência pública na Câmara Municipal para discutir o assunto.”Mulheres são humilhadas no trânsito o tempo todo, principalmente por xingamentos e esta violência tem que acabar”.

http://africas.com.br/site/index.php/archives/12359?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+com%2FZLVz+%28AFRICAS.com.br%29

MA – Nota de Repúdio do Movimento Quilombola da Baixada

Por racismoambiental, 29/06/2011 10:37
 
 
O Movimento Quilombola da Baixada Ocidental Maranhense(MOQUIBOM) vem a público manifestar seu repúdio, diante de várias notíciaspublicadas em veículos controlados pela senhora Roseana Sarney Murad, sobre a recente vinda, ao Maranhão, das Ministras de Estado Maria do Rosário (DireitosHumanos), Luiza Bairros (Igualdade Racial), Márcia Quadrado (DesenvolvimentoAgrário, em exercício), do presidente nacional do Incra, Celso Lisboa deLacerda e do presidente da Fundação Cultural Palmares, Eloi Ferreira de Araújo.
Após décadas de grilagem, pistolagem, assassinatos, torturas e todo tipo de violência contra os camponeses do Maranhão, causa indignação ver a senhora Roseana Sarney noticiar, orgulhosa, que teria dado “uma bronca” neste grupo de autoridades federais, que vieram para cá ouvir nossas legitimas e históricas reivindicações. A suposta grosseria virou notícia e, segundo essas mesmas notícias, o problema teria sido a quebra do protocolo. Às favas com o protocolo! Nós não estamos nem um pouco preocupados com isso. No Maranhão, diante de tanto sangue derramado de nossos irmãos e irmãs, da impunidade que favorece assassinos de camponeses, da corrupção evidente, da completa degeneração do poder público e do avanço avassalador da grilagem, nós não temos nenhum compromisso com protocolos palacianos.
Por razões bemdiferentes, o povo maranhense também grita!
A senhora Roseana, se gritou, foi porque certamente queria um espetáculo de mentiras, com fotos e imagens de TV e ela no papel de benfeitora, com todos os outros atores políticos (inclusive as vítimas do latifúndio) atuando como meros coadjuvantes. Jamais compactuaremos com isso! Nós queremos coisas bem diferentes. Nós exigimos respostas concretas do Estado brasileiro! Foi revoltante ler uma mentira publicada no jornal O Estado do Maranhão, de propriedade da senhora Roseana, no dia 21 de junho, véspera da chegada das autoridades federais. Lá estava dito, na primeira página: “Ministras vêm ao Maranhão para conhecer programas fundiários do governo”.
Quanta falta de respeito com a nossa luta! Conhecer programas do governo? Mentira! O presidente do Instituto de Terras do Maranhão, sr. Carlos Alberto Galvão, declarou que o órgão dirigido por ele não tem capacidade para atender 20% da demanda atual – arrecadação de terras públicas para assentar camponeses, titulação de terras quilombolas – por falta de funcionários e recursos financeiros. A verdade é que as ministras vieram ao Maranhão atendendo a uma exigência nossa que, diante de inúmeras situações de opressão, acampamos em frente ao Palácio dos Leões e do Tribunal de Justiça, depois fomos para dentro do INCRA, com 21 pessoas ameaçadas de morte chegando ao extremo de fazer greve de fome. Foi essa legítima pressão social que trouxe todas essas autoridades federais ao Maranhão.
O que importa o protocolo ou a birra de quem quer que seja ,diante da imensa gravidade da nossa situação, dos despejos, de lavradores assassinados, de ameaças de morte, associações queimadas, sede de organizações invadidas?
Esperamos, agora, que o governo federal não se intimide coma difícil realidade política do Maranhão, cumpra seu papel e honre os compromissos e a palavra empenhada diante de centenas de pessoas. E esperamos que o governo estadual também apresente à sociedade maranhense um Plano de Trabalho que, efetivamente tenha a capacidade de retirar 1,5 milhão de maranhenses da situação de extrema pobreza- consequência da alta concentração de terras em tão poucas mãos que expulsam e matam; e, da “apropriação por parte de pequenos grupos, mediante influências políticas e corrupção ativa, daquilo que pertence a todos. Esses pequenos grupos fazem do bem público um patrimônio pessoal” (Carta dos Bispos doMaranhão).
Queremos deixar bem claro que o nosso movimento quilombola tem a total e absoluta autonomia em relação a partidos e governos. Por isso, temos a liberdade para seguir reivindicando, cobrando, exigindo e, se preciso for, radicalizando, por aquilo que acreditamos ser o justo.
Nossa luta continuará!
São Luís – MA, 27 de junho de 2011
Pelo Movimento Quilombola da Baixada
Givanildo Nazaré Santos Reges
João da Cruz
Almirandir Madeira Costa
Catarino dos Santos Costa
Maria Teresa Bitencourt



http://africas.com.br/site/index.php/archives/12391?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+com%2FZLVz+%28AFRICAS.com.br%29

Homenagens a Milton Santos movimentaram Câmara dos Deputados

Por racismoambiental, 28/06/2011 17:28
 
Um cientista à frente do seu tempo, que humanizou o estudo da geografia no Brasil e no mundo. Este foi o consenso dos pronunciamentos na manhã de hoje (28), durante sessão solene na Câmara dos Deputados, em homenagem a Milton Santos, geógrafo baiano, que se destacou internacionalmente pela sua postura científica. Proposto pelo deputado federal Luiz Alberto (PT-BA), o ato mobilizou autoridades, acadêmicos e representações da sociedade civil, em reconhecimento à importância do intelectual para a sociedade brasileira, repercutindo no parlamento suas contribuições para o país.
“Se a falta da sua presença física é tão evidente, constatamos a permanência de suas idéias, que podem e devem ser debatidas em todas as instâncias sociais. Mas é na política que elas se fazem mais consequentes”, declarou a neta do homenageado, Nina Fernandes dos Santos, que representou a família na sessão. Durante sua fala, a jovem convidou a plateia a visitar o sitewww.miltonsantos.com.br, que reúne o acervo histórico e biográfico do cientista, com fotos, textos acadêmicos, escritos e livros.
Para o proponente da sessão, “Milton Santos é um farol que aponta o melhor caminho a ser seguido diariamente por aqueles que combatem o racismo no Brasil”. Ao destacar o trabalho do geógrafo, que também atuou como jornalista e professor, o parlamentar disse que Milton Santos mostrou a importância de a nação servir antes de tudo a homens e mulheres do que a interesses de empresas. A fala do deputado correspondeu à declaração do próprio Milton Santos, em vídeo do programa Roda Viva, da TV Cultura, exibido na sessão. Ele disse que a globalização reproduzia uma forma de utilização dos recursos produzidos pela humanidade, mas de forma perversa, deixando de lado os que produziam esses recursos e privilegiando a poucos.
De acordo com a ministra da secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, que parabenizou a indicação do deputado, a iniciativa se insere em uma das finalidades da SEPPIR, que é a valorização das personalidades negras e de sua contribuição para a formação da sociedade brasileira. Ela disse que um dos grandes legados de Milton Santos foi ele ter se constituído como um intelectual negro, já que, segundo afirmou a ministra, na contextualização do racismo brasileiro isso aparece como uma contradição porque o racismo não associa a pessoa negra à atividade intelectual. “Além disso, Milton Santos teve uma perspectiva fina e afinada com os interesses populares”, complementou.
A solenidade contou ainda com a presença do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, do secretário de Promoção da Igualdade Racial do Estado da Bahia, Elias Sampaio, que representando o governador baiano, Jaques Wagner, da senadora Lídice da Mata (PSB-BA), da embaixadora de Guiné Bissau, Eugênia Pereira Araújo, e do prefeito do município onde nasceu Milton Santos, Brotas de Macaúbas, Tercílio de Oliveira Júnior.
Biografia
Extraído do site www.miltonsantos.com.br
Bacharel em Direito, pela Universidade Federal da Bahia, Doutor em Geografia, pela Universidade de Strasbourg, Milton Santos nasceu no município baiano de Brotas de Macaúbas e faleceu há 10 anos.
1948-1964. Um pesquisador implicado na realidade local
Até 1964, ano em que deixa o Brasil em razão do golpe militar,  ele conduz paralelamente uma carreira acadêmica e atividades públicas. Jornalista e redator principal do jornal A Tarde (1954-1964), professor de geografia humana na Universidade Católica de Salvador (1956-1960), professor catedrático de geografia humana na Universidade Federal da Bahia onde cria o Laboratório de Geociências, será diretor da Imprensa Oficial da Bahia (1959-1961), presidente da Fundação Comissão de Planejamento Econômico do Estado da Bahia (1962-1964), e representante da Casa Civil do presidente Jânio Quadros no Estado da Bahia, em 1961. Suas pesquisas e publicações da época focalizam as realidades locais, principalmente a capital – a tese de doutorado é intitulada O Centro da Cidade de Salvador – assim como as cidades e a região do Recôncavo.
1964-1977. Um pesquisador viajante
Em 1964, começa uma carreira internacional imposta pela situação política no Brasil. Primeiro na França, professor convidado nas universidades de Toulouse, Bordeaux e Paris-Sorbonne, e no IEDES (Instituto de Estudos do Desenvolvimento Econômico e Social). De 1971 a 1977, inicia uma carreira verdadeiramente itinerante, ao sabor dos convites: no MIT (Massachusetts Institute of Technology – Boston) como pesquisador; e como professor convidado nas universidades de Toronto (Canadá), Caracas (Venezuela), Dar-es-Salam (Tanzânia), Columbia University (New York). Esse período  abre uma longa caminhada em direção a teorização em geografia, com o intenso aproveitamento das ricas bibliotecas das grandes universidades. Primeiro uma ampliação do foco com o livro Les Villes Du Tiers Monde, 1971, onde já aparece o interesse em estudar as peculiaridades da economia urbana dos países então chamados  subdesenvolvidos, caracterizada pelos seus dois circuitos, superior e inferior, e resultando no livro L’Espace Partagé: les deux circuits de l’économie des pays sous-développés publicado em francês em 1975, em inglês e português em 1979.
1977-2001. Um pesquisador engajado
Em 1977, retorna ao Brasil. Passam-se dois anos antes de conseguir voltar a ensinar na universidade brasileira, primeiro na Universidade Federal do Rio de Janeiro, de 1979 a 1983, ano em que ingressa por concurso na Universidade de São Paulo, professor titular de geografia humana até a aposentadoria compulsória, recebendo o título de Professor Emérito da USP em 1997 e continuando a pesquisar, publicar e orientar estudantes até o final de sua vida.Será reintegrado oficialmente à Universidade Federal da Bahia em 1995, da qual tinha sido demitido por “ausência”. Doze universidades brasileiras e sete universidades estrangeiras lhe outorgaram o titulo de Doutor Honoris Causa.
Em 1994, recebe o Prêmio Internacional de Geografia Vautrin Lud. Nesta última fase de seu percurso, publica Por uma Geografia Nova, da crítica da geografia a uma geografia crítica (1978), contribuição à efervescência e ânsia de renovação dessa ciência no Brasil. O espaço é definido como uma instancia social ativa, a noção de formação sócio-espacial introduzida. As pesquisas, as aulas e as publicações resultantes tencionam um esforço epistemológico para dotar a geografia latino-americana de categorias de análise apropriadas.
O estudo do meio técnico-científico-informacional deve permitir entender a organização do espaço no período histórico atual. Técnica, espaço, tempo: globalização e meio técnico-científico informacional (1994), Da totalidade ao lugar (1996), Metamorfose do espaço habitado (1997), são algumas dessas publicações que desembocam na sua obra maior (no seu livro maior?): A Natureza do Espaço (1996), que quer ser “uma teoria geral do espaço humano, uma contribuição da geografia `reconstrução da teoria social”. Enfim, em 2000, publica Por uma outra globalização, do pensamento único à consciência universal.

Seminário Internacional - Brasil-Senegal: sociedade, poder e cultura, desafios da contemporaneidade.


30 junho e 01 julho

Haverá tradução simultânea.
Veja a programação completa no site www.puc-rio.br/eventos

Programação evento
Prof. Roberto Da Matta (PUC-Rio)
O que faz o Brasil, Brasil?
Profa. Marietou Diongue (Universidade Cheikh Anta Diop, Senegal)

Comitê Científico:Profa. Dra. Sônia Maria Giacomini, Nirema e Depto. Sociologia e Política, PUC-Rio; Prof. Dr. Madiagne Diallo, Depto. Engenharia Industrial, PUC-Rio; Prof. Dr. Mauricio Parada, Depto. História, PUC-Rio
Comitê de Organização: Profa. Sônia Maria Giacomini, Prof. Mauricio Parada, Prof. Madiagne Diallo, Olivia Nogueira Hirsch, Ana Letícia Canegal, Anna Levy, Luciana Miranda, Jonas Soares Lana
Dia 30/06/2011
9h30 - 10:00h
Sessão de Abertura:  Alocução do Reitor da PUC-Rio, Pe. Josafá Carlos de Siqueira SJ., do Decano do Centro de Ciências Sociais da PUC-Rio, Prof. Luiz Roberto Cunha, do Embaixador do Senegal em Brasília, Sr. Abdou Aziz Ndiaye e do Ministro Conselheiro da Cooperação Sul-Sul do Senegal, Prof. Madiagne Diallo.

10:00h - 12:30h
1ª Mesa Redonda: Gênero, Família e Juventude no Brasil e no Senegal: permanências e mudanças. Coordenação: Profa. Maria Sarah da Silva Telles
Profa. Rokhaya Fall (Universidade Cheikh Anta Diop, Senegal) :A mulher africana e sua inserção social e econômica na história senegalesa.
Profa. Maria Isabel Mendes de Almeida (PUC-Rio) : Culturas jovens e novas subjetividades na sociedade brasileira.
Prof. Youssouph Mbargane Guisse (Universidade Cheikh Anta Diop/IFAN, Senegal) :Mulheres, imigração e família no Senegal.
Profa. Sonia Maria Giacomini (PUC-Rio) :Gênero, poder e religião: as religiões de matriz africana no Brasil.
Profa. Santuza Cambraia Naves (PUC-Rio) :O mestiço e o negro na música popular no Brasil.

14:00h - 18:00h
2ª Mesa Redonda: Cultura, ethos nacional e poder no Brasil e no Senegal. Coordenação: Profa. Sonia Maria Giacomini
Arquivos, documentos e objetos da civilização negra no Senegal.
Prof. José Carlos Rodrigues (PUC-Rio) : Poder, cativeiro e sedução no Brasil.
Prof. Júlio Cesar Tavares (UFF): Reflexões sobre as diásporas negras.
Prof. Eduardo V. Raposo (PUC-Rio): Elites brasileiras ontem e hoje.

Dia 01/07/2011
9:00h - 12:30h
3ª Mesa Redonda: Expressões culturais e artísticas de negritudes, africanidades e brasilidades.
Coordenação: Profa. Denise Pini Rosalem da Fonseca
Prof. Júlio Cesar Valadão Diniz (PUC-Rio) :Entre griot e cantador: redesenhando vozes atlânticas.
Prof.  Valter Sinder (PUC-Rio): Discutindo a literatura pós-colonial.
Prof. Alexandre Montaury (PUC-Rio) :Partilhas do comum, clivagens pós-coloniais.
Sra. Ndeye Alimatou Diop (Universidade Cheikh Anta Diop, Senegal): Projeto de Suportes de Comunicação.
Prof. Miguel Pereira (PUC-Rio): O Projeto Comunicar e a experiência da PUC-Rio em Comunicação: as mídias no campus.

14h30 - 18:00h
4ª Mesa Redonda: Políticas, programas e experiências de mudanças sócio-econômicas e  culturais. Coordenação:  Prof. Ricardo Ismael
Profa. Maria Sarah S. Telles (PUC-Rio) : Repensando a pobreza no Brasil.
Prof. Maurício Parada (PUC-Rio): Impactos do pan-africanismo no Brasil.
Profa. Angela Maria de Randolpho Paiva (PUC-Rio) : Ações afirmativas nas universidades brasileiras.
Profa. Denise Pini Rosalem da Fonseca (PUC-Rio) : Resistência social de corte racial no Brasil: questões contemporâneas.
Profa. Andréa Clapp (PUC-Rio): A experiência dos Pré-Vestibulares para Negros e Carentes (PVNC) na PUC-Rio.
Profa. Norma Salgado (PUC-Rio): A experiência do Projeto de Protagonismo Universitário da PUC-Rio.
Prof. Marcelo Baumann Burgos (PUC-Rio) : A escola e os efeitos do lugar no Rio de Janeiro.





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sandro josé da silva

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Inscrições abertas para o IV Seminário Afro-Alagoano

Por racismoambiental, 27/06/2011 11:33
 
Está previsto para o próximo dia 07 de julho, às 9 horas as comemorações do Dia Nacional de Luta Contra o Racismo, ato interreligioso, no alto da Serra da Barriga/Parque Memorial Quilombo dos Palmares/AL. As atividades tem como objetivo prestar homenagem a luta e memória do indicado ao prêmio Nobel da Paz/2010, dramaturgo, poeta, e acima de tudo defensor ferrenho da igualdade racial,e, um dos maiores símbolos da luta contra o preconceito, Abdias Nascimento.
Conceituado intelectuais do Movimento Negro Brasileiro, doutor honoris causa pelas Universidades de Brasília, do Rio de Janeiro, da Bahia, professor na Universidade de Nova York”, Abdias Nascimento exerceu os cargos de deputado federal e senador da República.
O ato interreligioso contará com a presença de Elisa Larkin, esposa de Abdias e coordenadora do IPEAFRO, do presidente da Fundação Cultural Palmares, Elói Ferreira de Araújo, Leonor Franco de Araújo, Secretaria de Promoção e Políticas da Igualdade Racial, Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras, Rurais e Quilombolas, Patrícia Mourão, coordenadora do Instituto Magna Mater e representantes do governo de Pernambuco.
O Seminário também evidencia o dia 7 de julho como Dia Nacional de Luta Contra o Racismo, instituído em 1978.
Organizado pelo Projeto Raízes de Áfricas em parceria com o IPEAFRO, prefeitura de União dos Palmares (Secretaria de Turismo), Federação das Indústrias do Estado de Alagoas, Secretaria de Estado, da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, Instituto Magna Mater, Secretaria de Cultura de Maceió, Escritório da Fundação Palmares, em Alagoas, Polícia Civil, Polícia Militar, Sindicato dos Jornalistas do estado de Alagoas e parcerias individuais de professoras da UNEAL e UFAL.
As inscrições deverão ser feitas através do e-mail: raizesdeafricas@gmail.com
Os custos com despesas de transporte até o município de União dos Palmares e alimentação são de responsabilidade de cada participante.
Outras informações: (82)8827-3656/3231-4201.
Sob o tema “Igualdade Racial é Para Valer?”, a programação do Ìgbà- IV Seminário Afro-Alagoano prossegue dia 08. Confira cronograma completo do evento abaixo:
Dia: 07 de julho- (Quinta-feira)- Dia Nacional de Luta Contra o Racismo
Local: Parque Memorial Quilombo dos Palmares- Serra da Barriga
09h00- Saudação receptiva da Orquestra de Berimbaus de Alagoas
Homenagem Cívica- Execução do hino brasileiro pela Banda da Polícia Militar
Rito do Ato interreligioso (em elaboração)
Roda de homenagens Luta e Memória Negra
Abdias Nascimento e o Histórico 07 de julho de 1978
Elisa Larkin Nascimento Fundação Cultural Palmares
SEPPIR
Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras, Rurais e
Quilombolas
12h00- Ajeum
15h00- Pauta de Construção para o 13 de novembro
Discussão e proposições para o projeto de translado das cinzas de Abdias
Nascimento para Serra da Barriga em 13 de novembro.
Coordenação de Elisa Larkin Nascimento, segmentos alagoanos participação do presidente da Fundação Cultural Palmares, Eloi Ferreira, Leonor Franco de Araújo da SEPPIR, SECOMT, Instituto Magna Mater, Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras, Rurais e Quilombolas, dentre outras entidades.

Dia: 08 de julho (Sexta-feira)Local: Auditório da Prefeitura de União dos Palmares
08h00- Entrega de material/Acolhimento
09h00- Composição de mesa
Apresentação Afro-artística
Orquestra de Berimbau do estado de Alagoas
9h30-Exposição:
“O Programa Brasil Quilombola como política promotora do desenvolvimento sustentável”
Expositora: Leonor Franco de Araújo
Secretaria de Políticas para as Comunidades Tradicionais/Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
10h20: Mesa de Conversas
A Lei nº 10.639/03 como fruto da luta anti-racista do Movimento Negro
Profª doutora Júlia Sara Accioly Quirino- Universidade Estadual de Alagoas
Profª doutora Nanci Helena Rebouças Franco- Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
11h20- Debate ampliado
Mediação:
12h00- Pausa para o almoço
14h00-Exposição de Trabalho de Pesquisa de Campo:
Apresentação do Diagnóstico para o Desenvolvimento Sustentável dos Remanescentes Quilombolas, em Alagoas.
Expoente: Kátia Ribeiro Born- Secretária de Estado da Mulher da Cidadania e dos Direitos Humanos.
14h30- Debate
Mediação:
15h30- Informação para formação:
Projeto de Turismo Étnico nas Comunidades Tradicionais de Terreiros e
Quilombolas/Governo do Estado de Pernambuco.
Expositores- Representantes do governo do estado de Pernambuco
15h20- Roda de Conversa
Discussão do diagnóstico sobre a população quilombola de Alagoas e a interlocução com o Programa Brasil Quilombola (espaço de diálogo com as representações de todas as comunidades de remanescente
quilombos do estado de Alagoas)
16h00- Encerramento
Fonte:Com informações de Arísia Barros


http://www.alagoas24horas.com.br/conteudo/?vCod=106930

Atores se unem para cobrar justiça no Pará

Por racismoambiental, 26/06/2011 15:11
24_Joelma-líder sindical
Joelma: líder sindical no rol dos "marcados para morrer" (Foto Divulgação)
Filme que será exibido em BH amanhã (27) mostra como a presença de artistas conseguiu coibir execuções no Pará
Paulo Henrique Silva
A cidade paraense de Rio Maria é, hoje, algo como uma “passagem obrigatória” para artistas do naipe de Wagner Moura, Chico Diaz, Letícia Sabatella, Vanessa Giácomo e Camila Pitanga. Integrantes da ONG Humanos Direitos, eles representariam uma tentativa de inibir a execução de pessoas que denunciam desmandos de fazendeiros em conflitos de terras. São, como afirma o diretor de cinema Emílio Gallo, “procuradores de Justiça”, contribuindo para chamar a atenção da mídia para umasituação que constrange o país junto à comunidade internacional.
Ação da classe artística que será mostrada para aqueles que, na carteira de trabalho, carregam este nome, com a exibição do documentário “Esse Homem Vai Morrer – Um Faroeste Caboclo”, na próxima segunda-feira, às 19 horas, no auditório da Associação Mineira do Ministério Público, em Belo Horizonte.
Os relatos estão concentrados na figura do padre Ricardo Rezende, que criou a única estratégia que vem dando certo resultado para impedir novas chacinas em Rio Maria, distante dez horas de carro da capital Belém. “Ele era uma das pessoas marcadas para morrer. De 14 nomes, era o oitavo. Quando estava na sua hora, padre Ricardo teve a ideia de levar artistas de renome para a cidade, única coisa que intimidou os matadores. Vão para a praça principal da cidade, atraindo toda a população para denunciar os abusos. Assim conseguimos o nosso objetivo, que é o acompanhamento da mídia”, assinala.
Gallo ressalta que “Esse Homem Vai Morrer” não tem muitos recursos, optando por uma narrativa “nua e crua” para tomar a forma de um “soco no estômago”. O filme já foi exibido em circuito comercial no Rio de Janeiro e deve ser lançado brevemente em Belo Horizonte.

http://www.hojeemdia.com.br/cmlink/hermes/cultura/atores-se-unem-para-cobrar-justica-no-para-1.299634

domingo, 26 de junho de 2011

Sitio Quilombola do INCRA






Fonte: Roberto Alves de Almeida em 15/06/2011
Informo os últimos avanços em nossa página quilombola no sitio eletrônico do INCRA:
http://www.incra.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=252&Itemid=274
Além dos arquivos de dados que já constavam, inserimos um com a nossa legislação básica. Temos igualmente dois links, um para os dados de comunidades certificadas pela Fundação Cultural Palmares. O outro é a principal novidade. Conseguimos inserir um link para o i3Geo (sistema elaborado pelo INCRA que condensa o acervo fundiário do INCRA e de outros orgãos), entrando diretamente na interface dos territórios quilombolas. Assim, o público externo poderá ter acesso direto a cartografia das comunidades com RTID e com Decreto. O próximo passo será, assim que tivermos gente disponível por aqui, incluir no i3Geo as áreas tituladas pelos demais orgãos.

< O Observatório Quilombola publica todas as informações que recebe, sem descartar ou privilegiar nenhuma fonte, e as reproduz na íntegra, não se responsabilizando pelo seu conteúdo.>
Data: 23/6/2011

sábado, 25 de junho de 2011

Seminário “Ìgbà-Igualdade Racial é Para Valer?”, em Palmares, celebra Abdias Nascimento.

Arísia Barros

Acontece nos dias 07 e 08 de julho, no município de União dos Palmares, Alagoas o “Ìgbà- IV Seminário Afro-Alagoano: “Igualdade Racial é Para Valer?" tendo como um dos objetivos prestar homenagem a luta e memória de Abdias Nascimento considerado um dos maiores intelectuais do Movimento Negro Brasileiro, doutor honoris causa pelas Universidades de Brasília, do Rio de Janeiro, da Bahia , professor na Universidade de Nova York",ex-deputado federal e ex-senador da República, como também estimular a participação social compromissada com o entendimento de que o desenvolvimento sustentável do Brasil transita pelo pressuposto da legitimação de que a equidade humana exige igualdade racial, o respeito as diferenças.
Organizado pelo Projeto Raízes de Áfricas em parceria com o IPEAFRO, prefeitura de União dos Palmares (Secretaria de Turismo), Federação das Indústrias do Estado de Alagoas, Secretaria de Estado, da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, Instituto Magna Mater, Secretaria de Cultura de Maceió, Escritório da Fundação Palmares, em Alagoas, Polícia Civil, Sindicato dos Jornalistas do estado de Alagoas e parcerias individuais.
 O Seminário também evidencia o 07 de julho como Dia Nacional de Luta Contra o Racismo, instituído em 1978.
Programação
A programação do “Ìgbà-IV Seminário Afro-Alagoano: “Igualdade Racial é Para Valer?, que terá início na sexta-feira,07 de julho- Dia Nacional de Luta contra o Racismo foi dividida em dois dias.
Dia 07 de julho- Dia Nacional de Luta Contra o Racismo, no alto da Serra da Barriga, palco da resistência negra brasileira, onde foi criada a primeira república negra do Brasil, o Quilombo dos Palmares teremos a realização de um ato interreligioso e momentos de homenagens a memória e luta de Abdias Nascimento, com a presença de Elisa Larkin Nascimento,esposa de Abdias e coordenadora do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros-IPEAFRO, do Presidente da Fundação Palmares, Elói Ferreira de Araújo,Areski Freitas, prefeito de União dos Palmares,Coordenação Nacional de Articulação das Comunidade Negras, Rurais e Quilombolas, dentre outras representações locais e nacionais, e a tarde do mesmo dia Elisa Larkin Nascimento e segmentos locais e nacionais presentes terão como pauta a elaboração de um cronograma com ações e metas para o planejamento do 13 de dezembro quando as cinzas de Abdias Nascimento serão depositadas, oficialmente na Serra da Barriga.
Segundo Elisa Larkin: “A família de Abdias Nascimento e o IPEAFRO, instituição que ele criou, marcaram o dia 13 de novembro para realizar o desejo dele, expresso em vida, de suas cinzas serem levadas à Serra da Barriga, local histórico da construção da vida em liberdade dos africanos e seus descendentes no Brasil e nas Américas.
Pessoas representativas de todos os setores do movimento social negro e de outras instâncias da sociedade civil manifestaram o desejo de participar desse momento de depósito dos restos mortais de Abdias na Serra da Barriga. Nosso desejo é acolher essas sugestões”.
O segundo dia do Seminário será reservado para as exposições e palestras sobre políticas públicas visando fazer valer a igualdade racial.
A primeira exposição será realizada por Leonor Franco de Araújo, gerente de programas da Secretaria de Políticas para as Comunidades Tradicionais/SEPPIR, com o tema “O Programa Brasil Quilombola como política promotora do
desenvolvimento sustentável”, após teremos a palestra:“A Lei nº 10.639/03 como fruto da luta anti-racista do Movimento Negro”, com as professoras doutoras Júlia Sara Accioly Quirino, Universidade Estadual de Alagoas e Nanci Helena Rebouças Franco, Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
O encontro marcará ainda a apresentação do “Diagnóstico para o Desenvolvimento Sustentável dos Remanescentes Quilombolas, em Alagoas”, por representante da Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos.
O estado de Pernambuco participará do “Ígbà” falando da conquista de implementação do Projeto de Turismo Étnico nas Comunidades Tradicionais de Terreiros e Quilombolas.
Lançado pelo Comitê Estadual de Promoção da Igualdade Étnicorracial (Cepir) e a Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), o projeto tem como foco desenvolver de maneira sustentável o turismo étnico no estado de Pernambuco. Aproximadamente 75 terreiros e 20 comunidades quilombolas serão incluídos nesse projeto no Estado.
O seminário será encerrado com uma Roda de Conversa.
Mais informações:
Para solicitar inscrição envie um e-mail para raizesdeafricas@gmail.com
(82)8827-3656/3231-4201
Certificação: 20 horas

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Luta das comunidades quilombolas para garantir o direito a terra traz as ministras Maria do Rosário e Luiza Helena Bairros ao Maranhão

Por racismoambiental, 22/06/2011 11:49
 
Encontram-se em reunião na manhã de hoje, dia 22 de junho de 2011, no INCRA /MA, as ministras Luiza Helena Bairros e Maria do Rosário e  representantes das movimento quilombola do Maranhão das regiões da Baixada ocidental Maranhense, Baixo Parnaíba  e de Itapecuru Mirim.
O Maranhão continua entre os estados com o maior número de comunidades camponesas em conflito para garantir a posse das terras tradicionalmente ocupadas. Em 2010 foram mais de 170 comunidades em conflito com latifundiários. É claro que os registros são uma amostra de realidade conflitiva. Somente no INCRA-MA estão abertos mais de 250 processos com pedidos de titulação de territórios quilombolas (fonte:Fórum Carajás).
Luiza Helena Bairros Luiza é a ministra-chefe da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial. Mestre em ciências sociais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e doutora em sociologia pela Michigan State University, Luiza Helena de Bairros é secretaria estadual de Promoção da Igualdade Racial da Bahia (Sepromi), desde 2008. Ela se graduou em Administração Pública e de Empresas pela UFRS, e é especialista em Planejamento Regional pela UFC (RS), ela se mudou para a Bahia em agosto de 1979, após ter tido contato com o Movimento Negro Unificado, durante a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, meses antes, em Fortaleza. A ministra Gaúcha de Porto Alegre (RS).
Maria do Rosário, Maria do Rosário Nunes é ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República é Professora da rede pública, pedagoga formada pela UFRGS e mestre em Educação e Violência Infantil pela mesma universidade. Desde 2003, coordena a Frente Parlamentar de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente. Nas eleições de 2010, coordenou o Programa de Governo da então candidata Dilma Rousseff nas áreas de Direitos Humanos, Educação e Políticas para as Mulheres. No dia 1º de janeiro de 2011, foi empossada pela presidenta Dilma Rousseff como ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. A ministra é natural do estado do Rio Grande do Sul.

Envi9ada por Cristiane Macau.

Estudantes italianos visitam quilombos do Vale do Ribeira (SP) para conhecer patrimônio gastronômico

Por racismoambiental, 22/06/2011 08:53
 
Eles vieram da região italiana do Piemonte para aprofundar seus conhecimentos sobre a cultura alimentar dos quilombos de São Pedro (Eldorado) e Mandira (Cananéia). A visita também serviu como treinamento para as comunidades que integram o Circuito Quilombola de Turismo.
De 1º a 6 de junho, um grupo de oito estudantes do terceiro ano do curso de Ciências Gastronômicas da Universidade de Ciências Gastronômicas de Pollenzo (UniSG), acompanhado por três professores de antropologia (Piercarlo Grimaldi, Artoni e Davide Porporato) teve a oportunidade de vivenciar o cotidiano e as tradições das comunidades quilombolas São Pedro e Mandira, no Vale do Ribeira (região sul do Estado de São Paulo). Foi também um treinamento para os quilombos que integram o Circuito Quilombola de Turismo, projeto que o ISA desenvolve na região em parceria com as comunidades quilombolas e com apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Ministério do Turismo.
Acompanharam o grupo o tradutor Rocco Belletti e a pesquisadora da Universidade de São Paulo, Lucia Chamlian Munari. Ambos colaboraram na organização e realização das atividades nas comunidades e auxiliaram nas traduções do italiano para o português, do inglês para o português e vice-versa, fazendo com que todos se entendessem.
A Universidade de Ciências Gastronômicas de Pollenzo se propõe a criar um centro internacional de educação e de pesquisas que estimule métodos agrícolas inovadores, que ao mesmo tempo protejam a biodiversidade e construam uma relação orgânica entre a Gastronomia e as Ciências Agrárias.
Esta foi mais uma das viagens territoriais que os alunos realizam durante o curso de graduação para conhecer uma região específica do ponto de vista cultural e gastronômico. Em 2010, outro grupo da mesma universidade visitou comunidades quilombolas no Vale do Ribeira e criaram oficinas de culinária.
Os professores que acompanharam o grupo registraram a experiência de viagem dos alunos de forma participativa, filmando todas as atividades e entrevistas e querem produzir um filme didático que possa ser mostrado para outros estudantes e professores da universidade. Os alunos portavam pequenas câmeras filmadoras para registrar todos os momentos das oficinas realizadas.
Culinária tradicional e jogo de futebol
No primeiro dia de viagem, o grupo foi recebido com almoço na comunidade de São Pedro servido no novo galpão comunitário do quilombo. A experiência da culinária tradicional quilombola, sobretudo brasileira, começou a partir daí com um cardápio que incluiu arroz, feijão, mandioca frita e suco de maná-cubiu entre outras coisas.
Depois do almoço, o quilombola Orides deu uma palestra sobre as tradições da comunidade e o café da tarde foi mais uma oportunidade de experimentar itens característicos da culinária local, como banana da terra cozida e doce de abóbora com amendoim torrado e coco. Um jogo de futebol no final da tarde aproximou o grupo de italianos e a comunidade local. À noite, bem em clima de festa junina, todos se reuniram ao redor da fogueira e experimentaram quentão ao som de modas de viola.
Café da tarde em São Pedro teve inhame entre outras iguarias locais
No segundo dia, os alunos se separaram em dois grupos para realizar duas atividades diferentes. Um deles, acompanhado pelos quilombolas Zeni e Orides, realizou a oficina de farinha de mandioca, que abrangia o procedimento completo, desde a colheita na roça e descascamento do tubérculo, até as últimas etapas de processamento, para a produção da farinha de mandioca.
Enquanto isso, o outro grupo acompanhado pelos quilombolas Aurico, Nodir e Sidnéia foi para uma área distante de roça de arroz. Os alunos tiveram a oportunidade de percorrer uma grande área com roças, pastagens, floresta e capoeiras. O grupo participou da colheita de arroz, da pilagem e da separação da casca. E acompanhou a preparação de um prato típico local: o cuscuz de arroz, cozido pela quilombola Judite.
O dia se encerrou com uma apresentação do grupo de capoeira do quilombo de São Pedro, e os alunos fizeram algumas entrevistas com quilombolas sobre a capoeira e rituais antigos relacionados à alimentação.
Grupo avalia que São Pedro está preparado para o turismo
A visita a São Pedro terminou depois do almoço no terceiro dia. Durante a manhã, algumas entrevistas com moradores mais velhos da comunidade foram realizadas, assim como uma visita a áreas de horta que contribuem para a subsistência local. Para o quilombo de São Pedro, essa foi a primeira experiência de organização interna para atividades de turismo. Durante este período, a comunidade hospedou de forma confortável 11 pessoas em algumas casas, ofereceram oficinas e atividades muito interessantes e quatro refeições diárias saborosas e variadas. Os visitantes avaliaram que a comunidade é hospitaleira e está preparada para receber turistas.
No quarto dia o grupo chegou ao quilombo de Mandira, em Cananéia. O líder quilombola Chico Mandira recebeu o grupo e contou um pouco da história de formação de sua comunidade, enquanto o professor Grimaldi explicou aos quilombolas os objetivos da visita. Depois do almoço com peixe frito o grupo foi conhecer a cachoeira de Mandira, e em seguida visitou as ruínas do engenho de pilar arroz, que funcionava em uma antiga fazenda, hoje território do quilombo.
À noite, todos festejaram o aniversário do professor Davide Porporato, com bolo feito pelas cozinheiras de Mandira, e os quilombolas cantaram e dançaram o fandango, música típica, acompanhados pela viola do sr. João.
Estudantes acompanham coleta de ostras em Mandira

No quinto dia o grupo foi levado a um passeio de barco pelos manguezais da comunidade onde puderam conhecer alguns dos viveiros de criação de ostras. Para que pudessem observar a maré abaixar deixar os criadouros expostos, os visitantes chegaram bem cedo. Algumas ostras foram “desmariscadas” no próprio viveiro, ou seja, descoladas de suas conchas, para que os alunos pudessem experimentá-las frescas, temperadas com limão rosa. Ali Chico Mandira deu uma entrevista sobre a história e os métodos de produção e comercialização de ostra em Cananéia E falou sobre a experiência da cooperativa de ostras que eles tocam.
Sambaqui e oficina de troca de receitas
Depois do almoço, os alunos foram conhecer um sambaqui dentro do território do quilombo. Com relato de Chico Mandira, registraram todo o histórico associado ao local, desde a ocupação pré-histórica, a construção da sede da antiga fazenda, moradia de algumas famílias antigas do bairro, até a atual valorização do sambaqui por sua importância cultural, histórica e com potencial turístico. Os sambaquis são formações pré-históricas compostas por restos de ossos, cascas de conchas e moluscos entre outros. São encontrados em alguns lugares do litoral sul do Brasil e podem variar de tamanho e altura.
No final do dia por sugestão dos quilombolas, realizou-se uma oficina de troca de receitas preparadas com ostras. As cozinheiras quilombolas prepararam ostras gratinadas para apresentar ao grupo estrangeiro, enquanto que um dos alunos fez uma espécie de ostra ao vinagrete, com tomate, cebola, azeite e temperos locais, como coentro de peixe e alfavaquinha.
Pão recheado de ostra, iguaria típica de Mandira

A ideia principal que norteia as viagens territoriais da Universidade de Ciências Gastrônomica é propiciar aos estudantes conhecimento, de forma particpativa, das diversas áreas ligadas à alimentação local, como a variedade de processos produtivos, de matérias-primas e sua transformação, bem como formas e estilos de consumo.
Dessa forma, os alunos podem conjugar teoria e prática em um tipo de conhecimento considerado parte essencial de sua formação. Nesse sentido a viagem foi um sucesso. Mesmo que por um período curto, os alunos tiveram a oportunidade de mergulhar em uma cultura diferente, convivendo de forma muito próxima com os moradores dos dois quilombos. Além de serem hospedados nas casas quilombolas, realizaram atividades que lhes permitiu conhecer profundamente alguns aspectos da cultura alimentar dos quilombos.


http://www.socioambiental.org/nsa/detalhe?id=3367

Milton Santos será homenageado pelo Congresso Nacional no dia 28/06

Por racismoambiental, 22/06/2011 12:22
 
Deputado federal Luiz Alberto é proponente da sessão solene; morte de geógrafo baiano faz 10 anos
O intelectual, pesquisador, político, jornalista e geógrafo Milton Santos, que completará 10 anos de morte no próximo dia 24 de junho, será homenageado pelo Congresso Nacional brasileiro. A sessão em homenagem a um dos mais importantes intelectuais da história do Brasil será realizada no dia 28 de junho, às 10h, no plenário da Câmara dos Deputados em Brasília.
A sessão requerida pelo deputado federal baiano, Luiz Alberto (PT/BA), tem como objetivo realçar  a importância de Milton Santos para a sociedade brasileira. Será uma forma de repercutir no parlamento as contribuições do geógrafo para o país.
A mesa da sessão será composta pelo governador da Bahia, Jaques Wagner, a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), Luiza Bairros, o ministro da Educação (MEC), Fernando Haddad, o presidente da Fundação Palmares, Eloi Ferreira de Araújo, do ministro das Relações Exteriores, Antônio de Aguiar Patriota, os reitores das Universidades de Brasília (UNB), do Recôncavo (UFRB) e da Bahia (UFBA), José Geraldo de Sousa Junior, Paulo Gabriel Nacif e Dora Leal Rosa; e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.
Representações diplomáticas dos países onde Milton Santos atuou como professor, pesquisador e consultor, no período de 1964 a 1978, também marcarão presença na sessão solene. A saber: França, Portugal, Espanha, Tanzânia, Guiné Bissau, Senegal, Costa do Marfim, Mali, Nigéria, África do Sul, Japão, Venezuela, Costa Rica, México, Canadá e Estados Unidos.
Na ocasião, outras entidades também prestarão homenagem a Milton Santos: o Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, o prefeito de Brotas de Macaúba, na Bahia, Litercílio de Oliveira Jr, cidade onde o geógrafo nasceu; a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial do Distrito Federal, os movimentos pela Igualdade Racial e em Defesa dos Quilombolas do Distrito Federal, os Institutos de Geografia, História, Sociologia e Ciências Sociais da UnB, os professores Fernando Conceição (grupo de pesquisa Permanecer Milton Santos, UFBA), Manoel Lemes (PUC/Campinas) e também de sua neta, Nina Santos, que representará a família durante a sessão.
Biografia
A história e trajetória política e intelectual de Milton Santos reafirmam a importância da sua luta por justiça e igualdade, e da participação de homens e mulheres negras na construção do país.
Nascido em 3 de maio de 1926, ao longo da sua vida, escreveu 40 livros, foi co-autor de dezenas de outros e publicou artigos, foi articulista e editor em jornais brasileiros importantes, como Folha de São Paulo, Correio Braziliense e jornal A Tarde, da Bahia. Na década de 90, ganhou prêmios como o “Estação Cultural” e o Vautrin Lud (considerado o Nobel da Geografia).
Milton Santos dedicou toda a sua obra ao entendimento das supra e sobre-estruturas formativas das desigualdades entre os homens e as sociedades humanas ao redor do mundo.
Suas colocações transbordaram o âmbito da Geografia para se espraiar por outros domínios e usos quando, no início dos anos 90, a partir da Europa (França), se organizou um movimento para se contrapor à irracionalidade do financismo global – que marcou a nova fase do capitalismo a partir dos anos 1970, travestido de “globalização”.
O trabalho de Milton Santos serviu de inspiração para o que, hoje, veio a se constituir como Fórum Social Mundial, o qual foi convidado a se associar como fundador.

Para mais informações, favor contatar:
Naiara Leite – Jornalista (DRT 2328)
Contato: 71. 3450.1374/8229.8159
Carlos Eduardo Freitas – Jornalista (DRT 3350)
Contato: 71. 3450.1374/8853.5602

terça-feira, 21 de junho de 2011

Machado de Assis é homenageado no Ano Internacional dos Afrodescendentes

Por racismoambiental, 21/06/2011 13:05
 
Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – SEPPIR e Imprensa Nacional realizam atividades para marcar os 172 anos de nascimento do maior escritor brasileiro, fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras
As homenagens a Machado de Assis inauguram a adesão da Imprensa Nacional à campanhaIgualdade Racial é pra Valer, lançada pela SEPPIR, no âmbito do Ano Internacional dos Afrodescendentes, com a perspectiva de ampliação das ações pela igualdade racial no Brasil. A programação consta de reabertura da Sala de Leitura que leva o nome do escritor – considerado o maior de todos os tempos entre os brasileiros -, exibição de filmes baseados em obras machadianas: Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas, e um ato solene de consolidação da parceria entre os dois órgãos públicos.
Toda a programação ocorrerá na sede da Imprensa Nacional, órgão onde Machado de Assis trabalhou no início de sua vida profissional, que fica no Setor das Indústrias Gráficas, no bairro do Cruzeiro em Brasília. As sessões de cinema acontecem no Auditório Carlos Mota, sempre às 12h30, sendo que Dom Casmurro será exibido amanhã (22) e Memórias Póstumas de Brás Cubas na sexta-feira (24). Na tarde de hoje (21), durante solenidade intitulada Sarau Brás Cubas, a ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, fará a doação da Coleção História Geral da África para a Sala de Leitura Machado de Assis. Trata-se de uma coletânea com oito volumes, editada pela Unesco em parceria com o Ministério da Educação (MEC) para subsidiar a implementação da Lei 10.639/2003, que dispõe sobre o ensino da história e da cultura africana e afro-brasileira nas escolas.
Promover a igualdade racial não é responsabilidade só do movimento negro ou do estado brasileiro, mas de todos. A responsabilidade é coletiva, todos devem sentir-se motivados a realizar ações, por menores que sejam, em prol do país que queremos, um Brasil sem pobreza e sem discriminação”, declara a ministra, destacando a importância de dar visibilidade à obra e história de Machado de Assis, que é considerado um dos grandes gênios da história da literatura.
As homenagens a Machado de Assis correspondem a um dos objetivos da SEPPIR de promover o reconhecimento e a valorização de personalidades negras, da história e cultura negra em suas formas de existência e resistência. Por outro lado, o fortalecimento da campanha Igualdade Racial é pra Valer converge para a meta de consolidar 2011 como o Ano Internacional dos Afrodescendentes no Brasil, a partir de uma ampla convocação a setores e segmentos do estado e da sociedade civil, para a proposição e implementação de ações pela promoção da igualdade racial. Vários parceiros têm sido mobilizados nesse sentido, a exemplo da Polícia Federal, Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Governo do Rio de Janeiro, Ministério da Cultura, através do Instituto do Patrimônio Artístico Nacional (Iphan).

Enviado por SEPPIR.

Ministras vão apresentar plano de ações integradas para quilombolas do Maranhão

Por racismoambiental, 21/06/2011 12:53
 
As ministras da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, e a da Secretaria de Direitos Humanos (SEDH), Maria do Rosário, vão apresentar na próxima quarta-feira (dia 22), o Plano de Ações Integradas do Governo Federal para as lideranças quilombolas maranhenses em conflito de terra na região.
O ato contará com a representação de várias instituições governamentais como a Defensoria Pública da União, a Fundação Cultural Palmares (FCP), o Ministério da Cultura, e o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Estão previstas uma plenária, com participação de mais de 400 lideranças locais, e uma cerimônia oficial de apresentação do Plano, cuja meta é a melhoria das condições de vida das comunidades e a implementação de ações do Programa Brasil Quilombola (PBQ). Durante o ato, a SEPPIR assinará um acordo de cooperação técnica com o governo do Estado do Maranhão, para que o mesmo passe a integrar o PQB.
A secretária de Comunidades Tradicionais da SEPPIR, Ivonete Carvalho, encontra-se no local, articulando um acordo que viabilize o fim da ocupação na sede do INCRA e a pactuação com os governos estadual e federal para a elaboração do Plano de Ações Integradas.
Apesar de a SEPPIR estar diretamente ligada apenas ao item 4 do documento encaminhado à presidenta, que trata da implementação das políticas públicas do PBQ para o Maranhão e da instalação de uma regional da SEPPIR no estado, como a Secretaria coordena as políticas para os quilombolas, nós estamos empenhados no processo de toda a mediação da pauta”, afirmou a gestora.
A SEPPIR assumiu um compromisso oficial com os quilombolas de fazer gestão junto ao governo federal, por meio da SEDH e da Secretaria Geral da Presidência da República. A ministra Luiza Bairros conversou com a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, para garantir a criação de um Grupo Intersetorial para as Questões Quilombolas, dentro da estrutura do governo local e com a ministra Maria do Rosário para garantir sua ida à região, exigência dos quilombolas que estavam em greve de fome. A ministra, além de garantir presença, enviou uma equipe da SEDH, com assessores do gabinete, o Ouvidor e dois gestores do Programa de Proteção aos Direitos Humanos.
Na última terça-feira, 14, uma missão composta por representantes de quatro órgãos federais: SEPPIR, SEDH, Incra e Fundação Palmares, foi ao estado fazer um levantamento in loco da situação e dialogar com o governo Estadual e o Ministério Público, a fim de buscar saídas para os problemas enfrentados pelos quilombolas. O grupo se reuniu também com as lideranças ameaçadas de morte.
A SEPPIR também solicitou à Polícia Federal proteção às lideranças quilombolas ameaçadas no Maranhão, para que possam retornar e permanecer a salvo em suas comunidades. A Ouvidoria da SEPPIR está em negociação com a Defensoria Pública da União para que, além de integrar a comitiva do dia 22 de junho, ofereçam atendimento judiciário gratuito às populações.
Plano de Ações Integradas para s Comunidades Quilombolas do Estado do Maranhão – Está sendo desenhado com base nas ações do Programa Brasil Quilombola em andamento no estado. O objetivo é ampliá-las para as demais comunidades. Serão ações de inclusão produtiva, cozinha comunitária, bolsa família, programa Luz para Todos, saneamento básico, dentre outras. As ações estão sendo implementadas prioritariamente nas comunidades diretamente atingidas pelos conflitos agrários, naquelas que estão no difícil acesso e nas tituladas que foram objeto da pesquisa de avaliação de segurança alimentar e nutricional das comunidades quilombolas, desenvolvida em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).
Demarcação de terras – Cerca de quarenta comunidades remanescentes de quilombos maranhenses estão, desde o dia 1º de junho, em manifestação contra retardos no processo de demarcação de suas terras. A situação oportunizou conflitos com fazendeiros locais, que resultaram na morte de uma liderança quilombola e ameaças direcionadas a outras 52. A disputa e as ameaças levaram o grupo a invadir e acampar na sede do Incra no estado, e a fazer greve de fome. Mais de 300 representantes quilombolas também assinaram um documento enviado à presidenta da República, Dilma Rousseff, com 11 pontos de pauta.

http://www.seppir.gov.br/noticias/clipping-seppir/21-06-2011

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Apesar de ter o direito à terra reconhecido, comunidades quilombolas lutam pela titulação

Por racismoambiental, 20/06/2011 14:36
 
A titulação do território ainda é a principal luta das milhares de comunidades remanescentes de quilombos em todo o Brasil. Estimativa da Comissão Pró-Índio de São Paulo aponta a existência de 3,5 mil comunidades no país – apenas 6% delas têm o título de suas terras.
“[A titulação é importante] Para eles terem a segurança que podem permanecer nessa terra e, a partir daí, ir pensando alternativas de geração de renda”, disse Lúcia Andrade, coordenadora executiva da Comissão Pró-Índio, organização não governamental que apoia a luta dos índios e quilombolas pelo direito ao território desde 1978.
Segundo ela, apenas no Acre e em Roraima não foram identificadas comunidades remanescentes de escravos. Grande parte dessas comunidades já tem acesso à escola e serviço de saúde, mas ainda há muita dificuldade em garantir a assistência básica. A garantia ao território quilombola está na Constituição, mas a titulação anda a passos muito lentos.
A secretária de políticas para comunidades tradicionais da Secretaria de Políticas de Promoção e Igualdade Racial (Seppir), Ivonete Carvalho, explica que o Decreto 4.887 de 2003 assegura o direito à terra às comunidades que se auto-identificarem. “Depois que a terra for reconhecida pela Fundação Cultural Palmares como um território quilombola, a comunidade requer ao Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] a abertura de um processo de regularização fundiária para pleitear a titulação como um território quilombola”.
De acordo com Ivonete, apenas 185 das 1,7 mil comunidades reconhecidas oficialmente pelo Estado, já têm o título da terra. Entre as dificuldades encontradas pelos quilombolas está a disputa pela terra com grandes produtores rurais.
A secretária lembra que os quilombolas estão inseridos nos processos de produção no Brasil, mas precisam da terra demarcada para conseguir gerar a própria renda.
Ivonete disse que a Seppir coordena o Programa Brasil Quilombola que reúne políticas públicas específicas para essa população e envolve ações de 23 ministérios.
“Nós temos ações na área de saúde, construção de escolas, discussão sobre a formação de professores, inclusão da história dos povos africanos e dos afro-brasileiros nos currículos escolares”, explicou.
Segundo ela, mais de 25 mil famílias quilombolas são atendidas pelo Programa Bolsa Família. Essa população também terá prioridade no atendimento pelo Programa Brasil Sem Miséria.
Para a secretária, o governo ainda está em um momento de identificar a realidade das comunidades quilombolas e, a partir disso, articular as políticas públicas que possam modificar a realidade e garantir uma reparação histórica. “A gente tem um entendimento que a sociedade brasileira tem um dívida com o povo negro”, afirmou Ivonete.

http://www.ecodebate.com.br/2011/06/20/apesar-de-ter-o-direito-a-terra-reconhecido-comunidades-quilombolas-lutam-pela-titulacao/

Demarcação de terras Araras provoca tensão

Por racismoambiental, 20/06/2011 16:29
 
Colonos contestam medição feita pela Funai na área da Cachoeira Seca
A demarcação de uma área indígena pela Fundação Nacional do Índio (Funai), desde o último dia 14, está deixando o clima em Uruará, na Transamazônica, a cerca de 900 quilômetros de Belém.  Mais de três mil trabalhadores rurais ameaçam ocupar a Reserva Cachoeira Seca, por discordar da medição.
No total, 1.460 famílias de colonos e ribeirinhos habitam e mantém roças nos 486 mil hectares, parte dos 734 mil hectares da reserva.  Pela demarcação da Funai, os índios de etnia Arara, que moram na Cachoeira Seca, têm direito às terras que se limitam à dos índios Arara do Laranjal, trecho onde se concentram colonos e ribeirinhos.
Uma reunião entre representantes dos colonos e o Governo Federal foi marcada para a próxima semana, em Brasília.  “Até o início da tarde da última sexta-feira, tínhamos intermediado um acordo entre os colonos e os técnicos da Funai.  O acordo previa a suspensão da demarcação enquanto uma comissão de colonos se reuniria, em Brasília, com o ministro, em audiência entre a segunda e a quarta-feiras da próxima semana.  O ministro garantiu que vai receber a comissão, mas não vai suspender a demarcação.  O que nós tememos é um conflito no local”, ressaltou Paulo Medeiros, uma das pessoas que intermedeia a negociação entre os colonos e o representate da Casa Civil da presidência da República no local, Johaness Eck, coordenador do Plano de Desenvolvimento Sustentável do Xingu.
Em Belém, o deputado estadual Airton Faleiro, que atua na região, disse que espera “cautela e maturidade na condução da demarcação da área”, por parte do Governo Federal.  “Orientei minha assessoria na área para conversar com os movimentos e buscar uma solução pacífica.  Os dois segmentos têm suas razões.  Sabemos que os índios e os colonos convivem pacificamente há mais de trinta anos e queremos que se mantenham assim”, ressaltou.

http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=387258