Começou ontem (27), em Belém, no Pará, região Norte do Brasil, o evento “Terras quilombolas e exploração madeireira”, que reúne lideranças de dez comunidades quilombolas, representantes de organizações sociais e do governo para discutir sobre as principais necessidades desta população. O evento é promovido pela Coordenação das Associações das comunidades remanescentes de quilombos do Pará e pela Comissão Pró-Índio de São Paulo.
De acordo com José Carlos Galiza, coordenador da Associação Quilombola do Pará, a oficina tem como primeiro objetivo promover a troca de experiências entre as comunidades quilombolas e pensar em um plano de manejo sustentável como uma alternativa de atender as necessidades das comunidades que ainda não contam com o apoio sólido de políticas públicas.
Ele destacou a importância de se realizar este debate mais aprofundado para apresentar outras formas de gerar renda, e discutir processos de controle e gestão das florestas pelas comunidades, em parceria com organizações sociais e governos. José Carlos ressaltou que, por estarem localizadas em áreas de proteção florestal, as terras quilombolas costumam atrair o interesse de madeireiros que visam explorar e desmatar a floresta.
A falta de demarcação e de reconhecimento destes territórios facilita a ação dos exploradores que causam danos não apenas às comunidades como ao ambiente em geral, e por isso, é necessário “garantir a proteção das terras quilombolas”.
A falta de demarcação e de reconhecimento destes territórios facilita a ação dos exploradores que causam danos não apenas às comunidades como ao ambiente em geral, e por isso, é necessário “garantir a proteção das terras quilombolas”.
“A demarcação e o reconhecimento das terras (quilombolas) é uma demanda histórica no Brasil. Apesar de o Pará ter reconhecido muitas terras, muitas comunidades ainda não foram tituladas”, comentou, acrescentando que estes processos são muito lentos.
As entidades organizadoras do evento destacaram que o processo de desmatamento das florestas tropicais, em particular na Amazônia, vem preocupando a comunidade científica tanto pela perda de sua biodiversidade como pelos possíveis impactos sobre o clima em todo o planeta, por isso é urgente mudar esta realidade através de novas práticas.
O primeiro debate do seminário aconteceu durante o painel “Derrubar árvores e manejo florestal: qual a diferença?”, com a participação de especialistas no tema. O segundo painel de debates, que aconteceu no período da tarde, tratou da problemática “A Exploração Madeireira na Amazônia – causas e consequências da ilegalidade” com a participação de um representante do Ministério Público Federal, de um integrante da Divisão Técnica/Superintendência do Ibama do Pará e de outras entidades.
Hoje (28), o seminário será encerrado depois que as organizações participantes elaborarem um documento contendo as conclusões e demandas do encontro que serão entregues ao governo do estado.
http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1&lang=PT&cod=55918
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