Fernanda Cruz, Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Em 1999, a Libéria passava
pela 2ª Guerra Civil, extremamente cruel, comandada pelo general Charles
Taylor. Nesse contexto, a ativista Leymah Gbowee convoca as mulheres
liberianas para rezar pela paz, todos os dias, ao meio-dia, na estrada
onde Taylor passava de carro a caminho do palácio. O movimento pacifista
cresceu, ganhou projeção mundial e foi um dos responsáveis pela solução
do conflito no país.
“Considero esse o jeito mais poderoso de
lutar. E o jeito mais poderoso de lutar é, geralmente, como as mulheres
lutam. Nós somos poderosas. Porque escolhemos lutar uma luta poderosa”,
declara Leymah no documentário Mulheres Africanas – A Rede Invisível,
filme que estreia hoje (8), Dia Internacional da Mulher, em São Paulo,
no Rio de Janeiro, em Curitiba, Porto Alegre e Brasília.
Além do reconhecimento mundial, a forma
de luta de Leymah rendeu-lhe um Prêmio Nobel da Paz em 2011, por
defender a segurança e os direitos das mulheres. No documentário, ela é
uma das cinco mulheres que têm papel de destaque na luta em defesa dos
direitos humanos. “Pegamos cinco mulheres ícones, em um conjunto de
temas que vão sendo entrelaçados com uma objetividade que não é óbvia”,
disse o diretor e roteirista Carlos Nascimbeni.
Graça Machel, mulher de Nelson Mandela,
foi perseguida e investigada pela polícia política do governo de Salazar
quando era estudante em Lisboa. Ne época, atuava na Frente de
Libertação de Moçambique (Frelimo). Depois da independência do país, ela
passou a atuar na área da educação, tornando-se ministra. À frente do
Ministério da Educação de Moçambique, teve papel fundamental na
reconstrução do país. Hoje, Graça participa da entidade The Elders (Os
Anciões, na tradução para o português), organismo internacional
reconhecido pela luta contra o casamento precoce de meninas em todo o
mundo.
Luisa Diogo era executiva do Banco
Mundial na época da reconstrução de Moçambique. A jovem foi chamada em
1999 pelo então presidente Joaquim Chissano para ajudar a renovar a
economia do país. Ela ocupou diversas posições no governo até chegar ao
cargo de primeira-ministra em 2004.
“Temos que multiplicar os rostos das
mulheres africanas e ampliar as [suas] vozes. Multiplicar os rostos no
sentido de termos mais caras representativas e ampliar as vozes no
sentido de ouvirmos mais vozes representativas de mulheres africanas em
relação aos seus problemas”, diz Luisa no documentário.
Incluída na lista das 100 mulheres mais poderosas do mundo da revista Forbes de
2005 a 2007, Luisa resolveu lutar pelos diretos da mulher em 2011. Ela
fundou o Instituto de Desenvolvimento e Empreendedorismo Tiri Pamodzi
que atua com a população feminina.
Nadine Gordimer é outra mulher reconhecida mundialmente. Ela participou ativamente do movimento contra oapartheid,
o regime racista da África do Sul. Nadine escreveu livros sobre o
assunto, com uma abordagem ampla de vários temas e personagens e ganhou o
Prêmio Nobel de Literatura em 1991.
Ser uma líder empresarial em um ambiente
masculino e dominado pela cultura muçulmana foi um desafio que Sara
Masasi. Respeitada no mundo político e econômico da Tanzânia, Mama Sara,
como é conhecida, tem atuação no comércio e na mineração do país.
“As pessoas têm um conceito muito
diferente da religião muçulmana. Acham que a mulher tem que ficar atrás,
ficar atrás de portas. Não é verdade. A religião muçulmana apoia a
mulher a fazer negócios”, diz Sara.
Edição: Tereza Barbosa
–
Enviada por José Carlos para Combate ao Racismo Ambiental.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-03-08/mulheres-que-se-destacaram-na-africa-sao-tema-de-documentario#.UTocurpB_S4.gmail
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