Danilo Macedo, Repórter da Agência Brasil
Brasília – O governo federal lançou hoje (13) o Programa Mulher, Viver
sem Violência. O programa prevê a construção de centros chamados Casa da
Mulher Brasileira, que integrarão serviços públicos de segurança,
justiça, saúde, assistência social, acolhimentto, abrigamento e
orientação para o trabalho, emprego e renda em todas as 27 capitais
brasileiras.
“A mulher terá todos os serviços, sem
precisar peregrinar atrás de cada um deles”, disse a ministra da
Secretaria de Política para as Mulheres, Eleonora Menicucci. Ela
explicou que serão investidos R$ 265 milhões até 2014, sendo R$ 115,7
milhões na construção dos centros, compra de equipamentos e manutenção,
R$ 25 milhões na ampliação da Central de Atendimento à Mulher – Ligue
180, R$ 13,1 milhões na atenção à saúde, R$ 6,9 milhões na humanização
da perícia para aperfeiçoamento da coleta de provas de crimes sexuais.
O custo médio de cada centro é estimado
em R$ 4,3 milhões, incluindo construção e aquisição de equipamentos. O
governo espera atender cerca de 200 mulheres por dia e 72 mil por ano em
cada um deles.
Também serão investidos R$ 4,3 milhões
em serviços de fronteira, aumentando o número de centros de atenção às
mulheres nas fronteiras e estendendo os serviços para as regiões
próximas à Bolívia, Guiana Francesa, Guiana Inglesa, ao Paraguai, ao
Uruguai e à Venezuela. Atualmente, há três centros de atenção à mulher
nas regiões fronteiriças. Além de apoio a migrantes, os centros também
atuarão no combate ao tráfico de pessoas.
O modelo é inspirado no implantado em El
Salvador, que tem o Cidade da Mulher, um centro de atendimento e
assistência às mulheres, que reúne desde serviços de saúde até
cooperativas de crédito. Na visita que fez à presidenta Dilma Rousseff
no início do mês, a primeira-dama do país, Vanda Pignato, que é
brasileira, explicou que cerca de 20 estruturas de Estado funcionam em
um mesmo local. “Numa mesma manhã, a mulher faz o que levaria meses para
resolver”, disse na ocasião.
Segundo o Mapa da Violência, publicado
em 2012, pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela) e
pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), mais de 92
mil mulheres foram assassinadas no país entre os anos de 1980 e 2010,
tendo quase metade dessas mortes se concentrado apenas na última década.
Em 2011, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do
Ministério da Saúde, registrou 70.270 atendimentos a mulheres vítimas da
violência. A maioria delas tinha entre 15 e 29 anos e foi agredida por
maridos ou namorados.
No ano passado, dez mulheres foram vítimas de maus tratos a cada hora, segundo dados da Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180).
Em seu último pronunciamento na
televisão, Dilma disse que a redução das diferenças de gênero passa pela
intensificação do combate aos crimes contra as mulheres, que ela
classificou de “monstruosos”, como a violência doméstica e o tráfico
sexual. “A violência doméstica, aliás, tem que ser varrida dos nossos
lares e do nosso território. Já temos instrumentos poderosos para isso,
como a Lei Maria da Penha, que é uma das melhores do mundo. É preciso
agora maior compromisso e participação de todos nós”.
Edição: Lílian Beraldo
–
Enviada por José Carlos para Combate ao Racismo Ambiental.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-03-13/governo-lanca-programa-mulher-viver-sem-violencia#.UUCU9No-GKc.gmail
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