Da Página do MST
Como símbolo de luta dos Sem Terra no
estado de Sergipe, o acampamento Zumbi dos Palmares comemorou 16 anos da
ocupação da Fazenda Tingui, entre os municípios de Malhador, Divina
Pastora e Santa Rosa – região metropolitana do estado.
No dia 12 de março, as 223 famílias do
acampamento celebraram a resistência junto a outras centenas de pessoa,
entre militantes do MST das cinco regiões do estado, moradores dos
municípios vizinhos, pequenos agricultores da região e personalidades
políticas.
O dia começou com um delicioso café da
manhã, com produtos do próprio acampamento, seguido de um ato político
de apoio à luta. Um torneio de futebol foi organizado durante a parte da
manhã e, após o almoço, foi celebrada uma missa, seguida de um
churrasco ao som de um típico Forro pé de Serra.
16 anos de luta
Como ressalta Esmeraldo Leal, dirigente estadual do MST, “a luta do acampamento é uma prioridade. Aqui são 16 anos de luta pela reforma agrária. O ato de hoje demonstra a unidade do nosso movimento: militantes das cinco regiões do estado vieram aqui em solidariedade à luta das famílias,” destacou.
Como ressalta Esmeraldo Leal, dirigente estadual do MST, “a luta do acampamento é uma prioridade. Aqui são 16 anos de luta pela reforma agrária. O ato de hoje demonstra a unidade do nosso movimento: militantes das cinco regiões do estado vieram aqui em solidariedade à luta das famílias,” destacou.
Já o superintendente do Instituto
Nacional pela Colonização e Reforma Agrária (Incra), Leonardo Goes,
parabenizou a resistência das famílias e reafirmou o compromisso da
entidade em resolver a questão da desapropriação da fazenda.
Como lembrou Esmeraldo Leal, “ninguém tomara esta terra dos trabalhadores organizados.”
Histórico
A primeira ocupação da área foi em 1988.
Dois dias depois da ocupação, ocorreu um despejo violento com a
tentativa de criminalizar a ação, levando à prisão alguns militantes do
MST. Entretanto, uma ampla mobilização conseguiu libertá-los.
Em 1997 houve a segunda ocupação, que resiste até hoje. Foram várias as tentativas de reintegração de posse, mas a luta das famílias conseguiu derrubá-las.
Em 1997 houve a segunda ocupação, que resiste até hoje. Foram várias as tentativas de reintegração de posse, mas a luta das famílias conseguiu derrubá-las.
Dona Iraci dos Santos Reis, coordenadora
do acampamento Zumbi dos Palmares, lembra ainda o dia da ocupação.
“Entramos na fazenda com 300 famílias e fizemos o acampamento onde nós
estamos até hoje. Mas, todo ano, na hora da gente produzir, quando
estamos preparando tudo para plantar, recebemos a liminar de despejo. E
sempre vamos lá, com a militância e o nosso advogado e conseguimos
suspender a liminar.”
E continua: “estamos agora em um novo
período de pressão jurídica. No dia 21 de março teremos mais uma
audiência para a reintegração de posse e estaremos todos mobilizados.”
As dificuldades de infraestrutura básica
são outros problemas que os acampados sofrem diariamente. “Aqui não tem
água potável, o que ocasiona problemas de saúde. E o fato de não ser um
assentamento reconhecido torna impossível a captação de créditos para a
produção”, afirma Iraci.
Apesar disso, as famílias estão
resistindo e produzindo. “Produzimos maracujá, acerola, pimenta de
cheiro, banana, macaxeira, batata doce, hortaliças, mudas. Não só para a
auto-subsistência, mais também para a venda nas feiras da Grande
Aracaju e dos municípios vizinhos”, diz orgulhosa.
–
Enviada por José Carlos para Combate ao Racismo Ambiental.
http://www.mst.org.br/node/14531#.UUCz4GE5Ovw.gmail
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