Fase em 12/04/2013 |
|
17/4/2013
Por Lívia Duarte, jornalista da FASE – Solidariedade e Educação Senhoras e senhores! Jovens e Crianças! Do Sapê do Norte Do Espírito Santo Do Brasil Gente do Norte e do Sul África Américae Europa Alemanha Inglaterra e Noruega Equador Colômbia e Costa Rica Zimbábue do Sul e do Norte Gente da Terra do Mar e do Ar Seresde todo o universo Para aprender um pouco Das coisas do velho e novo Sapê Toma aqui este Almanaque Quilombola Tem receita de quitute, letras de música, textos e gritos de resistência. Fotos, versos, chás, ervas e danças, Técnicas e ajuntamentos dos plantios, Tem luta por território, Práticas de saúde, dietas do parto, narrativas da Mata Atlântica, Tem embarreio de farinheira, cineclube e intercâmbio, Tem gente, muita gente! Tudo misturado um pouco. “Oh menina vem ver nesse almanaque, como é que isso tudo começou Quem penava no sol a vida inteira como é que a moleira não rachou Quem tapava esse sol com a peneira, e foi que a peneira esfuracou Diz quem foi que fez o primeiro teto e o projeto não desmoronou Diz quem foi que inventou o analfabeto, e ensinou o alfabeto ao professor” [Almanaque, Chico Buarque] É isto, um verso como convite, a leitura da primeira página do Almanaque da Escola Popular Quilombola – Os quilombolas do Século XXI no Sapê do Norte. Mas como em qualquer bom almanaque – e como evidenciam os versos – para descobrir esta experiência de seis anos de educação popular não é preciso começar na primeira página: basta abrir em qualquer parte para ir construindo de pouco a pouco o entendimento sobre o método que valorizou a identidade, a cultura, a história e os direitos quilombolas. A metodologia também investiu na construção de um discurso de resistência à invasão dos eucaliptos, à contaminação por agrotóxicos, ao esquecimento do que veio antes da devastação. O lançamento do almanaque organizado pela FASE Espírito Santo foi feito em clima de festa, com a entrega de exemplares aos quilombolas e parceiros da iniciativa. Estiveram em Conceição da Barra cerca de 70 pessoas representando a Rede Alerta contra o Deserto Verde, a Igreja Luterana, setores da Universidade, indígenas, gente das 15 comunidades que participaram da construção da “escolinha quilombola”, como é carinhosamente chamada, além do grupo de jongueiras da comunidade de Linharinho. A festa também marcou o fim do II Pedal contra o Pré-sal e comemorou a chegada dos ciclistas que cruzaram 400km mapeando impactos da exploração do petróleo na região. Marcelo Calazans, coordenador da FASE Espírito Santo, explica que o almanaque reune uma construção de seis anos de encontros mensais: a escolinha alcançou 1200 famílias, mais de 600 quilombolas. “A conta é de que atingimos mais de metade dos jovens quilombolas das comunidades com as quais trabalhamos. Comissão Pastoral da Terra, Movimento dos Sem Terra, membros da Igreja Luterana, muitos grupos aprenderam e ensinaram na escola”, rememora, explicando que a ideia do material foi construir um produto como memória da história de estudo e formação empreendida no norte do Espírito Santo. * Interessados no Almanaque da Escola Popular Quilombola ´Os Quilombolas do Século XXI no Sapê do Norte podem entrar em contato com a FASE ES - fasees@terra.com.br |
|
O
Observatório Quilombola publica todas as informações que recebe, sem
descartar ou privilegiar nenhuma fonte, e as reproduz na íntegra, não se
responsabilizando pelo seu conteúdo.
|
Na construção do Decreto 4887/2003, que regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos, a CONAQ teve uma participação importantíssima, influenciando diretamente na construção do texto legal. Nesse sentido, a CONAQ assume também a defesa radical do referido Decreto.
sexta-feira, 19 de abril de 2013
ES - Escola popular quilombola conta sua história em almanaque
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário