Colonos contestam medição feita pela Funai na área da Cachoeira Seca
A demarcação de uma área indígena pela Fundação Nacional do Índio (Funai), desde o último dia 14, está deixando o clima em Uruará, na Transamazônica, a cerca de 900 quilômetros de Belém. Mais de três mil trabalhadores rurais ameaçam ocupar a Reserva Cachoeira Seca, por discordar da medição.
No total, 1.460 famílias de colonos e ribeirinhos habitam e mantém roças nos 486 mil hectares, parte dos 734 mil hectares da reserva. Pela demarcação da Funai, os índios de etnia Arara, que moram na Cachoeira Seca, têm direito às terras que se limitam à dos índios Arara do Laranjal, trecho onde se concentram colonos e ribeirinhos.
Uma reunião entre representantes dos colonos e o Governo Federal foi marcada para a próxima semana, em Brasília. “Até o início da tarde da última sexta-feira, tínhamos intermediado um acordo entre os colonos e os técnicos da Funai. O acordo previa a suspensão da demarcação enquanto uma comissão de colonos se reuniria, em Brasília, com o ministro, em audiência entre a segunda e a quarta-feiras da próxima semana. O ministro garantiu que vai receber a comissão, mas não vai suspender a demarcação. O que nós tememos é um conflito no local”, ressaltou Paulo Medeiros, uma das pessoas que intermedeia a negociação entre os colonos e o representate da Casa Civil da presidência da República no local, Johaness Eck, coordenador do Plano de Desenvolvimento Sustentável do Xingu.
Em Belém, o deputado estadual Airton Faleiro, que atua na região, disse que espera “cautela e maturidade na condução da demarcação da área”, por parte do Governo Federal. “Orientei minha assessoria na área para conversar com os movimentos e buscar uma solução pacífica. Os dois segmentos têm suas razões. Sabemos que os índios e os colonos convivem pacificamente há mais de trinta anos e queremos que se mantenham assim”, ressaltou.
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