Crianças vão para o MEC lutar por educação e pedir melhorias na educação do campo
Vinicius Mansur
No início da tarde desta quinta-feira (25), dezenas de crianças, que vieram a Brasília para o Acampamento Nacional da Via Campesina, se dirigiram ao Ministério da Educação (MEC) para exigir melhorias na educação do campo.
Carregando cartazes que denunciavam o fechamento de escolas e os elevados índices de analfabetismo rural, as crianças, acompanhadas por seus responsáveis, ficaram na porta do MEC esperando a audiência da Via Campesina com o órgão.
“Nos últimos oito anos foram fechadas 24 mil escolas no campo brasileiro. Como pauta emergencial, queremos a abertura de 350 escolas”, afirmou Cristina Vargas, do setor de educação do MST.
Além desta medida de emergência, a Via Campesina levou como reivindicações ao MEC a proibição do fechamento de escolas, uma campanha de superação do analfabetismo em forma de mutirão, abertura de 30 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifet) rurais, financiamento para licenciaturas em Educação do Campo, 10% do PIB para educação, entre outras.
Audiências
Antes de se dirigirem ao MEC, os militantes da Via Campesina realizaram um ato em frente ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que também recebeu a organização em audiência.
Ao longo de todo o dia, a Via Campesina foi recebida por órgãos do governo federal, como os ministérios da Agricultura, do Meio Ambiente, do Esporte e da Comunicação, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Secretaria de Juventude, entre outros. Entretanto, o retorno, positivo ou negativo, às pautas reivindicadas deverá acontecer somente nesta sexta-feira (26), de maneira centralizada pelo Palácio do Planalto.
As principais pautas em negociação referem-se ao assentamento imediato das 60 mil famílias acampadas, a recomposição do orçamento do Incra para obtenção de terras – cujos R$ 530 milhões para desapropriações no ano já foram executados e o orçamento para o ano que vem sofrerá um corte de R$ 65 milhões -, e a renegociação das dívidas da agricultura familiar, composta em R$ 30 bilhões.
O Acampamento Nacional da Via Campesina ocorre desde segunda-feira (22) em Brasília e não tem data para acabar. A organização irá esperar as respostas do governo para decidir o término da mobilização.
http://brasildefato.com.br/node/7312
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